Querida R.,
Acho que você já sabe que faz parte de mim.
E de tudo que construí nesses longos e intermináveis 30 anos. (rs)
Foi com você que abri as cortinas do mundo e estreei!
Lembra que entramos juntas no curso de teatro?
Meu Deus, quem imaginaria que uma leonina como eu não teria o menor talento pra representar?
Sabe, R., você estava presente quando pulei o muro da escola pela 1ª vez.
E quando quebrei o copo do bar (depois de tê-lo subtraído) e deixei meus medos todos partidos em cacos.
Com você aprendi a prestar atenção nas estrelas e no ciclo da lua.
E por causa disso, quase pudemos apertar a mão da morte....
Mas quem mais já teve o privilégio de cair do telhado com a melhor amiga?
Foi também com você que pude matar a saudade de uma época que nunca vivi.
Nós cantávamos Janis Joplin, lembra?
"Oh Lord, won’t you buy me a Mercedes Benz?"
E conseguíamos sentir juntas tudo o que o Chico, o Milton, o Caetano, e o Renato (claro!!) queriam dizer com suas letras.
Nunca, R., por mais que eu resolva crescer, nunca vou sobrepor essa parte minha, que é você, porque isso é a minha essência, é meu lado livre, é minha parte autônoma, é meu espírito evoluindo, sou eu legítima, com ou sem rasuras.
Com amor, pra sempre.
Fá.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Cartas de Amor - Parte I
Querido M.,
É grande a saudade no meu peito de tudo que se foi.
Você era magrelo, punk, e escrevia fanzine. Eu era magrela (!!!), sensível e escrevia poesia.
Nós passávamos as noites de sábado cantando em volta da fogueira e os finais de ano acampados no meio da praia deserta.
Com você, M., eu vi golfinhos!
Foi também você quem me mostrou o caminho do mais profundo amor que pode existir no mundo. Aquele que só se deve dar a nós mesmos.
Quantas aventuras nós vivemos e o quanto de chuva eu tomei a bordo do seu fusca marrom!
Quantas vezes fui a única na pláteia enquanto sua banda de hardcore tocava num palco improvisado.
Sabe, M., eu te apresentei ao Chico Buarque...
Nós tínhamos um mundo!!!
E o que sobrou de nós?
Eu bem mais punk, é certo. E você muito, mas muito mais mpb..............................
É grande a saudade no meu peito de tudo que se foi.
Você era magrelo, punk, e escrevia fanzine. Eu era magrela (!!!), sensível e escrevia poesia.
Nós passávamos as noites de sábado cantando em volta da fogueira e os finais de ano acampados no meio da praia deserta.
Com você, M., eu vi golfinhos!
Foi também você quem me mostrou o caminho do mais profundo amor que pode existir no mundo. Aquele que só se deve dar a nós mesmos.
Quantas aventuras nós vivemos e o quanto de chuva eu tomei a bordo do seu fusca marrom!
Quantas vezes fui a única na pláteia enquanto sua banda de hardcore tocava num palco improvisado.
Sabe, M., eu te apresentei ao Chico Buarque...
Nós tínhamos um mundo!!!
E o que sobrou de nós?
Eu bem mais punk, é certo. E você muito, mas muito mais mpb..............................
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Ambição
Eu saí pela estrada
E não tenho pra onde ir
Sempre ouvi dizer
Que esse mundo era pequeno
Pelo caminho de espinhos
Avistei um mar de rosas
Pra chegar até lá
Eu preciso um pouco mais de tempo
Preciso de um grande amor
Preciso dinheiro, preciso de humor
Eu quero matar a vontade
Enquanto tenho saúde e idade
Fazer um pouco de tudo
Manter a alma
Pra poder ganhar o meu mundo
(Zélia, a top list do momento)
E não tenho pra onde ir
Sempre ouvi dizer
Que esse mundo era pequeno
Pelo caminho de espinhos
Avistei um mar de rosas
Pra chegar até lá
Eu preciso um pouco mais de tempo
Preciso de um grande amor
Preciso dinheiro, preciso de humor
Eu quero matar a vontade
Enquanto tenho saúde e idade
Fazer um pouco de tudo
Manter a alma
Pra poder ganhar o meu mundo
(Zélia, a top list do momento)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Da série "Eu queria ter escrito, mas alguém já fez muito melhor":
Quase nada
(Zeca Baleiro e a adorada Alice Ruiz)
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
........ perfeito!
(Zeca Baleiro e a adorada Alice Ruiz)
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
........ perfeito!
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
O Casamento dos Pequenos Burgueses
Ele faz o noivo correto,
e ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto até que a casa caia,
até que a casa caia
Ele é o empregado discreto,
ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto até explodir o ninho,
até explodir o ninho
Ele faz o macho irrequieto,
e ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto até secar a fonte,
até secar a fonte
Ele é o funcionário completo,
e ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto até trocarem tiros,
até trocarem tiros
Ele tem um caso secreto,
ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto até casarem os filhos,
até casarem os filhos
Ele fala em cianureto,
e ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto até que alguém decida,
até que alguém decida
Ele tem um velho projeto,
ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto até o fim dos dias,
até o fim dos dias
Ele às vezes cede um afeto,
ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto até um breve futuro,
até um breve futuro
Ela esquenta a papa do neto,
e ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto até que a morte os una,
até que a morte os una...
(Chico Buarque)
e ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto até que a casa caia,
até que a casa caia
Ele é o empregado discreto,
ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto até explodir o ninho,
até explodir o ninho
Ele faz o macho irrequieto,
e ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto até secar a fonte,
até secar a fonte
Ele é o funcionário completo,
e ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto até trocarem tiros,
até trocarem tiros
Ele tem um caso secreto,
ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto até casarem os filhos,
até casarem os filhos
Ele fala em cianureto,
e ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto até que alguém decida,
até que alguém decida
Ele tem um velho projeto,
ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto até o fim dos dias,
até o fim dos dias
Ele às vezes cede um afeto,
ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto até um breve futuro,
até um breve futuro
Ela esquenta a papa do neto,
e ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto até que a morte os una,
até que a morte os una...
(Chico Buarque)
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Não fique triste assim
Não vale a pena
Erros e acertos
São filhos do mesmo pai
E a mãe que fez a dúvida
Deu vida a certeza
O tempo há de mostrar
O mundo se transformar
Mais triste é quem diz
Que para um problema
Só existe a solução
Da matemática
O que me faz feliz
São coisas pequenas
Um lindo arco-íris
Riscando o fim de tarde
E eu olho pra você
E vejo toda a graça
Seus olhos brilham pretos
Seus lábios sem palavras
Seus gestos com timidez
Seus dedos bem pintados
Seu rosto sem segredos
Sorrindo leite em lágrimas
Guarde este amor
Ele é todo seu
Lindo como a flor
Livre como um deus...
(Nando Reis)
Não vale a pena
Erros e acertos
São filhos do mesmo pai
E a mãe que fez a dúvida
Deu vida a certeza
O tempo há de mostrar
O mundo se transformar
Mais triste é quem diz
Que para um problema
Só existe a solução
Da matemática
O que me faz feliz
São coisas pequenas
Um lindo arco-íris
Riscando o fim de tarde
E eu olho pra você
E vejo toda a graça
Seus olhos brilham pretos
Seus lábios sem palavras
Seus gestos com timidez
Seus dedos bem pintados
Seu rosto sem segredos
Sorrindo leite em lágrimas
Guarde este amor
Ele é todo seu
Lindo como a flor
Livre como um deus...
(Nando Reis)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Para uma amiga subversiva
Cabe para mim
Não sei se vai caber para você
(Mas eu desconfio que sim)
Pois eu te digo com toda força
O que eu não suporto nessa vida
É tomar chuva
No dia em que você usa salto e saia.
Molha o pé inteirinho,
A perna molha inteirinha
E o resto continua seco.
E você sente frio no pé e na perna
E no resto não.
Vai explicar isso para o seu cérebro.
Então eu penso:
Já que é para tomar chuva,
Por que não tomar TODA A CHUVA?
Não sei se vai caber para você
(Mas eu desconfio que sim)
Pois eu te digo com toda força
O que eu não suporto nessa vida
É tomar chuva
No dia em que você usa salto e saia.
Molha o pé inteirinho,
A perna molha inteirinha
E o resto continua seco.
E você sente frio no pé e na perna
E no resto não.
Vai explicar isso para o seu cérebro.
Então eu penso:
Já que é para tomar chuva,
Por que não tomar TODA A CHUVA?
Para você, com carinho:
Chega mais perto, moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol
Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nessa vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval
Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor
(Grande Tom)
Chega mais perto, moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol
Molha tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce, é meu sal
Mas quem sou eu nessa vida tão louca
Mais um palhaço no teu carnaval
Casa de sombra, vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor
(Grande Tom)
Eu sei, eu sei
Já devo ter sido mais
Subversiva algum dia.
Hum, tira o mais.
Já devo só ter sido
subversiva um dia.
Em algum momento,
Em alguma atitude.
Não sei.
Acho que talvez
Eu tenha tentado ser,
É, eu acho que tentei,
Ou quis tentar, não sei ao certo.
Hoje eu tenho mais preguiça
E tenho menos jeito.
Na minha bolsa, por exemplo,
Nem cabe uma palavra tão grande.
Me consola saber:
Na minha cabeça
Ainda cabe um subversinho.
Acho que foi por isso
Que me chamaram aqui.
Já devo ter sido mais
Subversiva algum dia.
Hum, tira o mais.
Já devo só ter sido
subversiva um dia.
Em algum momento,
Em alguma atitude.
Não sei.
Acho que talvez
Eu tenha tentado ser,
É, eu acho que tentei,
Ou quis tentar, não sei ao certo.
Hoje eu tenho mais preguiça
E tenho menos jeito.
Na minha bolsa, por exemplo,
Nem cabe uma palavra tão grande.
Me consola saber:
Na minha cabeça
Ainda cabe um subversinho.
Acho que foi por isso
Que me chamaram aqui.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
subversinho desclassificado
Prefiro imaginar o que você faria
Se este teu olhar profundo
Pudesse refletir o meu de novo
Será que pedra viraria
Ou reviraria o mundo?
Se este teu olhar profundo
Pudesse refletir o meu de novo
Será que pedra viraria
Ou reviraria o mundo?
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Benditas coisas que eu não sei
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas (bem ditas)
A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre
O amor não mente, não mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma
(Benditas - Zélia e Mart´nália)
Os lugares onde não fui
Os gostos que não provei
Meus verdes ainda não maduros
Os espaços que ainda procuro
Os amores que eu nunca encontrei
Benditas coisas que não sejam benditas (bem ditas)
A vida é curta
Mas enquanto dura
Posso durante um minuto ou mais
Te beijar pra sempre
O amor não mente, não mente jamais
E desconhece do relógio o velho futuro
O tempo escorre num piscar de olhos
E dura muito além dos nossos sonhos mais puros
Bom é não saber o quanto a vida dura
Ou se estarei aqui na primavera futura
Posso brincar de eternidade agora
Sem culpa nenhuma
(Benditas - Zélia e Mart´nália)
Quando se faz 30, muita coisa muda
O príncipe vira sapo
O passado fica ainda mais velho
E a nostalgia daquilo que não se viveu
Aumenta desesperadamente.
Aos 30, já se sabe que o amor acontece
E morre
Em qualquer esquina
E assim como o Paulo Mendes Campos (O amor acaba),
Maquiavel também tinha razão:
A vida é assim, Cinderela
A necessidade precede o amor, inevitavelmente.
Aos 30, talvez seja necessário racionalizar um pouco mais
Mas também é certo que a paciência vai diminuindo progressivamente
E já não se admite qualquer traço de luz como legítimo pôr-de-sol.
Quando se faz 30, percebe-se que é só uma questão de escolha
Atuar e sofrer
Atuar e seguir
São poucos os sobreviventes
E nunca foi tão necessário resgatá-los.
Aos 30, pode até ser
Um pouco menos do que eu gostaria
Mas a minha alma grita
Eu subversiva,
Eu,
Subversinho.
O príncipe vira sapo
O passado fica ainda mais velho
E a nostalgia daquilo que não se viveu
Aumenta desesperadamente.
Aos 30, já se sabe que o amor acontece
E morre
Em qualquer esquina
E assim como o Paulo Mendes Campos (O amor acaba),
Maquiavel também tinha razão:
A vida é assim, Cinderela
A necessidade precede o amor, inevitavelmente.
Aos 30, talvez seja necessário racionalizar um pouco mais
Mas também é certo que a paciência vai diminuindo progressivamente
E já não se admite qualquer traço de luz como legítimo pôr-de-sol.
Quando se faz 30, percebe-se que é só uma questão de escolha
Atuar e sofrer
Atuar e seguir
São poucos os sobreviventes
E nunca foi tão necessário resgatá-los.
Aos 30, pode até ser
Um pouco menos do que eu gostaria
Mas a minha alma grita
Eu subversiva,
Eu,
Subversinho.
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